sexta-feira, 17 de julho de 2015

17 de julho de 2015: Cuité completa 247 anos de fundação


CUITÉ, 247 ANOS DE FUNDAÇÃO

Em 17 de Julho de 1768, o coronel de milícias Caetano Dantas Correia e a esposa dona Josefa de Araújo Pereira doaram meia légua de terras nas proximidades do "Olho D'água do Coyté", para constituição do patrimônio de uma capela, que pretendiam erigir com invocação a Nossa Senhora das Mercês. A referida escritura de doação, datada de 17 de julho de 1768, foi lavrada na povoação de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó, pelo escrivão Antônio Gonçalves Reis Lisboa. A escritura, que é considerada a "certidão de batismo" de Cuité, foi descoberta pelo historiador Coriolano de Medeiros e transcrita na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. 
Assim, “tão somente movidos de superiores impulsos e intensa devoção”, Caetano Dantas e sua esposa doaram as terras necessárias à constituição do patrimônio da referida capela de Nossa Senhora das Mercês, principiando, em sua fazenda, a povoação da Serra do Cuité. A partir dessa data, Caetano Dantas procurou povoar as referidas terras, surgindo posteriormente um conglomerado urbano.
Segundo as nossas pesquisas, somente a povoação que começou a surgir no atual município de Pedra Lavrada é mais antiga do que aquela que começou a geminar em 1768, na Serra de Cuité:
O primeiro povoamento efetivo da região do antigo Município de Picuí teve início no ano de 1760, com a construção de uma capela, a qual tinha sido solicitada ao bispo de Pernambuco, pelo Capitão-mor Mateus Bezerra Cavalcanti e José Bezerra da Costa, onde hoje se encontra a Matriz de Nossa Senhora da Luz. Presume-se que em 1750, de uma fazenda pertencente à família Gomes Barreto, originou-se a povoação de Itacoatiara, que depois passou a ter o nome atual, em virtude da existência de “pedras lavradas” distantes cerca de um quilometro de onde está erguido à cidade. Em 1760, por intermédio do visitante dr. Alexandre Bernadino dos Reis, José Bezerra da Costa pediu licença ao bispo de Campina Grande, dom Tomaz da Encarnação Costa, para a edificação de uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Luz, doando 25 braças de terra ao patrimônio da igreja, para a edificação da referida capela. Em 29 de maio do mesmo ano, a capela foi inaugurada com uma grande procissão, tendo sido benta em 1789.
Não obstante a localidade de Pedra Lavrada ter "nascido" mais cedo, a região da Serra do Cuité, talvez beneficiada por um clima mais ameno, conseguiu se projetar no Curimataú e Seridó da Paraíba, liderando a economia e a política da região ao longo do século XIX.

Fontes:
AGRA, Fabiana. Picuí do Seridó: Século XX - dos primórdios até 1930. A União: João Pessoa, 2010.
Blog História de Cuité

Imagens: Jônatas R. Pereira

Um comentário:

  1. Fiquei surpreso quando li a matéria em epigrafe e constatei que a parte inicial é de minha autoria e não consta nenhuma referência ao meu nome em suas fontes.
    A história é enriquecida através de uma pesquisa com seriedade. Aguardo os créditos em meu nome daqui que foi produzido por mim, enquanto pesquisador.
    Grato por sua atenção e apreço
    José Ozildo dos Santos, professor e historiador

    A título de registro: é de minha autoria a seguinte parte:
    Em 17 de Julho de 1768, o coronel de milícias Caetano Dantas Correia e a esposa dona Josefa de Araújo Pereira doaram meia légua de terras nas proximidades do "Olho D'água do Coyté", para constituição do patrimônio de uma capela, que pretendiam erigir com invocação a Nossa Senhora das Mercês. A referida escritura de doação, datada de 17 de julho de 1768, foi lavrada na povoação de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó, pelo escrivão Antônio Gonçalves Reis Lisboa. A escritura, que é considerada a "certidão de batismo" de Cuité, foi descoberta pelo historiador Coriolano de Medeiros e transcrita na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
    Assim, “tão somente movidos de superiores impulsos e intensa devoção”, Caetano Dantas e sua esposa doaram as terras necessárias à constituição do patrimônio da referida capela de Nossa Senhora das Mercês, principiando, em sua fazenda, a povoação da Serra do Cuité.

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