sábado, 31 de maio de 2014

A COPA É NOSSA, APESAR DOS VIRA-LATAS!



Estou aqui remoendo recordações e lembrando que a minha primeira grande decepção na vida foi a eliminação da Seleção Brasileira na Copa de 1982. Naquele fatídico dia, comecei a amar incondicionalmente a Seleção Brasileira, embalada que estava pela raiva que sentia da seleção italiana. E fico aqui pensando: será que nossa geração irá negar tais emoções à garotada de agora? E se sim, em nome de quê? Será que a garotada de hoje vai virar adulta sem vivenciar o que é torcer pelo Brasil em uma Copa do Mundo? No país da bola e do futebol, hoje está causando vergonha em alguns, torcer pela Seleção Brasileira; esses poucos, mas barulhentos, preferem a vil tentativa de melar a festa, de detratar o Brasil perante os turistas que já estão desembarcando. E tudo em nome daquele “complexo de vira-lata” tão bem explicado por Nelson Rodrigues; o  termo, criado a partir do trauma vivido pelos brasileiros na derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950, traduz muito mais do que o futebol, segundo Rodrigues: traduz a inferioridade em que o brasileiro se coloca, perante o resto do mundo.
Hoje, mais de 60 anos da Copa de 1950, o Brasil é outro mundo e, apesar de convivermos com sérios e graves problemas, muita coisa melhorou principalmente no que diz respeito à erradicação da miséria e à valorização da educação. Mas ainda há aqueles que preferem ver o Brasil através do retrovisor, e continuam a utilizar aqueles velhos jargões: "Só no Brasil mesmo""É por isso que esse país não vai pra frente!""o problema é o povo brasileiro". Falar mal de si e da terra natal, ao lado do futebol, também é uma antiga paixão nacional do brasileiro. E nesses dias que antecedem a Copa do Mundo, é muita churumela produzida por pessoas que preferem usar do artifício do “quanto pior, melhor”, dando inclusive um viés eleitoreiro ao seu viralatismo. 
Mas não apenas as pessoas entraram nessa: há empresas que também estão fazendo esse papel – como a Ellus, marca de roupa que, ao lançar sua coleção primavera-verão, apropriou-se da onda indignatória contra a Copa e lançou a campanha: "# Protesto Ellus: Abaixo Este Brasil Atrasado". E, nesse caso específico a empresa é tão medíocre, que esqueceu que ela própria utiliza mão de obra escrava nas suas confecções – então, quem é o atrasado aqui, cara pálida?
E continuarmos a assistir, dia-após-dia, através da mídia e das redes sociais, uma enxurrada de reclamações acerca dos atrasos nas obras, dos valores muito acima do previsto, processos e problemas de infraestrutura. Ok, problema existem, mas qual foi o país onde tudo aconteceu a tempo e às mil maravilhas? Querem exemplo? Na Inglaterra, a reconstrução do estádio de Wembley foi palco de inúmeros atrasos, no final a obra custou o equivalente a dois Maracanãs e foi palco da morte de um operário. Aí tem o caso do atraso no estádio da Polônia, por ocasião da Eurocopa de 2012, e por aí vai. Tudo igual em todos os lugares, os atrasos e superfaturamentos não são exclusividade do Brasil. O que precisa sim, é que os desmandos e roubalheiras sejam apurados – mas tentar melar o evento, jamais!
É público e notório que, no Brasil, o que não falta é problema: a violência campeia por todos os bairros das grandes e médias cidades, a droga está ceifando vidas de milhares de jovens, a corrupção continua a florescer em todos os rincões; no Brasil, há ainda uma enorme desigualdade social, aliada à má qualidade dos serviços públicos. Mas o complexo de vira-lata de muitos impede que eles enxerguem os avanços alcançados pelo Brasil. E a elite brasileira, por sua vez, não gosta nada do que está acontecendo no país: combate-se a pobreza, o povo começa a sair da miséria, os pobres estão se misturando aos ricos nos aeroportos, e, pasmem!, colocando seus filhos para estudar nas universidades. É claro que isso é inaceitável para a elite, que prefere ter aquele grande contingente de pobres como reserva de mercado, para preencherem os cargos de porteiro, frentista, faxineira, empregada doméstica...
A Copa deveria servir para mostrar ao mundo o que o Brasil tem a oferecer e a nossa luta em combater problemas seculares; mas não, o viralatismo que ainda impera entre nós, impede ações proativas, querem anular o nosso papel enquanto país anfitrião. Estou aqui imaginando um turista estrangeiro, que veio curtir o evento futebolístico, tomar spray de pimenta e porrada! Gente, isso é inconcebível, o brasileiro não se pode voltar contra si mesmo! Gerar o caos na Copa pode trazer consequências terríveis para a economia do país, sempre atrelada à confiança externa. E, desde o ano passado, percebi que tais manifestações de rua nada tem a ver com legítimas reivindicações: a real intenção é desgastar a presidenta Dilma, numa manobra orquestrada pela elite, que vai para as ruas em nome da continuidade de mais de 500 anos de dominação e exploração.
Para lutar pelos nossos direitos, não precisamos ser inimigos do nosso país, não! E para quem quer defender a oposição,  também não precisa sair trucidando o Brasil, onde já se viu? Mas, caso você persista em fazer palhaçada e continuar espalhando um falso armagedom, me faça ao menos um favor: não seja hipócrita ao ponto de ver o jogo na TV! 
Enfim, está chegando a hora e nós, que somos todos mais Brasil, não podemos ser intimidados pelos que sequer sabem do que se envergonham. Termino com uma frase que pesquei na internet, ao mesmo tempo em que peço desculpa aos verdadeiros vira-latas, cães fieis, que jamais fazem um gesto de deslealdade para com seus companheiros humanos.
"A Copa deveria servir como vitrine de um país empenhado em resolver seus problemas, e não como Muro das Lamentações do viralatismo nacional."


* Fabiana Agra é advogada, jornalista e escritora.

sábado, 17 de maio de 2014

Fabiana Agra diz que "Picuí é de rocha"


A escritora Picuiense Fabiana Agra finalizou na manhã do dia 16 de maio de 2014, o segundo livro sobre Picuí: “PICUÍ DO SERIDÓ: SÉCULO XX”. Em  contato com  à redação do blog Setor Mineral em Foco, ela adiantou que escreveu um capítulo sobre as incidências minerais no município de Picuí.

Esse capítulo começa falando acerca das inscrições rupestres encontradas no antigo município de Picuí, oportunidade em que a escritora comenta sobre as teorias acerca da origem dos primeiros habitantes do Seridó e sobre os sítios rupestres da região, arrematando com as incursões feitas por José de Azevedo Dantas, Carnaubense que primeiro catalogou os sítios rupestres do Seridó Oriental paraibano. Ainda sobre arqueologia, há algumas considerações que foram feitas pelo arqueólogo paraibano Vanderley de Brito, acerca da “Pedra de Retumba”, localizada em Pedra Lavrada, e a transcrição do sítio “Cachoeira do Pedro”, feita pelo arqueólogo Raoni Bernardo Maranhão Valle.

Ao falar especificamente sobre a atividade mineral no município de Picuí, Fabiana Agra escreve sobre os minérios da Paraíba, do Seridó e de Picuí, além de descrever a situação atual da atividade mineral Picuiense, oportunidade em que utiliza artigos do técnico em mineração  e também Picuiense, Antonio de Pádua Sobrinho e do geólogo e professor do IFPB, Francisco de Assis Souza, que atentam para o fato de que, devido a exploração das jazidas no município de Picuí ser feita essencialmente a céu aberto, sem planejamento, através de garimpos, a atividade termina gerando grandes impactos ambientais, “tornando-se um enorme desafio ao paradigma atual de desenvolvimento sustentável, uma vez que a degradação ambiental se dá a passos largos pela lavra predatória, trazendo como consequência a destruição do habitat natural, desperdícios e exaustão acelerada dos bens minerais, problemas socioeconômicos e de saúde do trabalho para as famílias envolvidas na pequena mineração”.
Arrematando o capítulo, a escritora tenta responder à pergunta sobre a existência de urânio em Picuí e sobre a contaminação pessoal nas pequenas minerações pelos minérios radioativos: urânio e tório, através da descrição do projeto desenvolvido pela física Valéria Pastura e o geólogo Thomas Campos.

“Picuí é de rocha, é da rocha que vem a sua história e a sua força econômica e turística”. É preciso conhecer para valorizar a história da  “terra do minério”, disse a escritora.

Em relação ao lançamento do livro, Fabiana Agra explicou que vai organizar os capítulos, mas já adiantou que, pelo que já viu, terá que dividir o trabalho em dois volumes, pois o material produzido rende um livro com mais de 600 páginas, o que é totalmente inviável para uma boa visibilidade do trabalho. A capa já está pronta e foi uma criação do web designer Picuiense Dalverne Macedo. Após a definição do formato, o livro seguirá para a gráfica. “Provavelmente entre os meses de setembro e outubro estarei lançando o livro em Picuí, João Pessoa e Natal”, disse Fabiana.

Via Setor Mineral em Foco

quinta-feira, 8 de maio de 2014

FESTA DE INAUGURAÇÃO DO PICUÍ CLUBE


FESTA DE INAUGURAÇÃO DO PICUÍ CLUBE:
um resgate histórico de Picuí.

por Fabiana Agra *

No próximo sábado, dia 10 de maio de 2014, a direção do Picuí Clube promoverá a festa de inauguração do salão de eventos “Francisco Cavalcanti de Assis”. O evento terá como atração principal a melhor banda show-baile do norte-nordeste, a ORQUESTRA PRIME’S e a participação de Altemar Martins (ex-Banda Feras) e Deto Edina & David Fagner.

A festa será um resgate da história da agremiação, através da entrega da comenda “Otávio Henriques” a dezenas de picuienses que contribuíram para o engrandecimento da entidade. Os homenageados com a comenda serão: Abílio César de Oliveira, Aluísio Henriques de Araújo, Alzenado Macedo, Amando Cunha, Amauri Farias, Amauri Sales de Melo, Cleone Fernandes, Dalfran Vale, Demétrio Lima de Farias, Fenelon Luz, Francisco Cavalcanti de Assis, Felizardo Bezerra de Medeiros, Francisco Celso Dantas, Gilberto Henriques da Fonseca, Heleno Henriques de Araújo, Jesualdo Gomes Andrade, Joaquim Vidal de Negreiros, José Líbio Dantas, José Pereira da Costa, José Ronaldo de Oliveira, Maria Dirce Dantas Silva, Moisés Costa, Omar Luiz Henriques da Costa, Otávio Henriques da Costa, Ozila de Oliveira Porto, Paulo Henriques de Araújo, Pedro Henriques Sobrinho, Pedro Tomaz de Medeiros, Raimundo Sales de Melo, Sebastião José de Medeiros, Sebastião Tibúrcio de Lima e Valdemiro Macedo Cruz. Alguns dos homenageados já faleceram e suas famílias receberão a homenagem póstuma.

A direção do Picuí Clube também criou o prêmio “E. Montanhês”, uma referência ao picuiense Francisco Eduardo de Macedo, ex-prefeito e um dos ícones da cultura picuiense e que usava esse codinome. O prêmio será conferido às pessoas que se destacaram nas áreas cultural e política e, em sua primeira edição, homenageará Morib Macedo, neto de Eduardo Macêdo e um dos jornalistas mais conceituados da imprensa paraibana; o atual prefeito de Picuí, Acácio Araújo Dantas que, dentro dos limites constitucionais, não mede esforços para atender os pleitos da agremiação; o ex-prefeito Buba Germano, responsável pela permuta de um terreno situado no Bairro Limeira e que pertencia ao Picuí Clube (e que se encontrava totalmente invadido por habitações clandestinas), pelo terreno onde atualmente está sendo edificada a nova sede da instituição; e Gilma Germano que, na condição de deputada estadual, muito incentivou nas intermediações que culminaram na construção da nova sede do Picuí Clube.

O salão de eventos “Francisco Cavalcanti de Assis” é uma homenagem prestada ao advogado mais conhecido como “Chico do Correio”, grande responsável em retomar a posse dos prédios do Picuí Clube que, no ano de 2006, estavam em poder de terceiros e que, não fosse o combate persistente de seu Chico, os imóveis teriam sido perdidos para pessoas inescrupulosas.

Assim, a festa de inauguração da nova sede do Picuí Clube será um marco para a cidade de Picuí pois, diferentemente das décadas passadas, o local será um espaço democrático, onde ninguém mais será barrado por circunstâncias raciais, políticas ou sociais – como assim o era num passado nem tão distante. A partir da inauguração do espaço, uma nova era nascerá para os picuienses, já que a agremiação pretende também resgatar os eventos culturais e artísticos presentes na história do clube, além de se constituir uma nova opção de lazer para todos os munícipes.



* Fabiana Agra é advogada e jornalista.