Em
termos históricos, o Seridó é uma região
situada nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba sendo assim
denominada devido ao rio e seus afluentes que banham a
região. O rio Seridó pertence à Sub Bacia 37, Rio Piranhas-Açu que, por sua
vez, pertence à Bacia do Atlântico Sul, sendo que a bacia do Seridó está
situada uma parte na Paraíba e uma outra parte no Rio Grande do Norte, onde
conflui para o rio Piranhas. O rio Seridó nasce a oeste do Planalto da
Borborema, nas imediações da Serra do Caldeiro, no Município de Cubati, na
Paraíba. Seus principais afluentes são: os rios Picui e os riachos Quinturaré e
Vazantes (setor leste), o rio Sabugi e os riachos Papagaio, São Domingos, Chafariz
e Santa Maria (setor oeste). Além dos rios já citados, pertencem à Bacia
Piranhas-Açu outros cursos d’água bem conhecidos dos seridoenses, tais como o
rio Acauã, o rio Letreiro e o rio das Vazantes. Já o rio Curimataú, outro curso
d’água importante na região de Cuité, faz parte da Sub Bacia 38 – Rio Paraíba,
Potengi e outros, tendo como incidência nessa bacia também o rio Jacu, o rio
Trapiá e o riacho da Jurema.
Quanto ao significado da palavra “seridó”,
segundo o folclorista Câmara Cascudo, esta seria de origem tupi; para outros
autores, entretanto, a palavra tem origem marrana, vem de “saridh”, que
significa “o último sobrevivente”, “a terra onde Deus habita”, enquanto que
para o pesquisador Olavo Medeiros Filho, o termo tem origem tarairiú. O historiador
Helder Macedo, por sua vez, considera que ainda não se pode precisar o que a
palavra “seridó” significa; porém, nos registros mais antigos da região constam
os termos “ciridó” e “ciridô”. Macedo diz que Cascudo usou de “licença
poética”, quando disse que a palavra significava “terra de pouca folhagem”.
O termo “sertão do seridó”, há muito tempo usado pelos
seridoenses, é devido à localização geográfica da região, situada no centro-sul
do Rio Grande do Norte e no centro-norte da Paraíba. Assim, desde a vinda dos
primeiros colonizadores, essa região localizada nas Capitanias da Paraíba e do
Rio Grande é conhecida como “sertão”. Já a expressão “Ribeira do Seridó”, só
foi utilizada para denominar a região seridoense a partir do século XIX, pois
até o século XVIII, essas terras eram conhecidas como “Ribeira do Acauã”.
Através da leitura da documentação remanescente da época da Guerra dos
Bárbaros, chega-se à conclusão de que os primeiros colonizadores entendiam que
seu curso d’água principal era o rio Acauã, e não o rio Seridó. Para os mais
antigos, portanto, o rio Acauã nascia em Nova Palmeira ,
recebia o rio Seridó que nasce em Cubati e em seguida desaguava no rio
Piranhas. Passados vários anos, seus habitantes observaram que, na verdade, o
rio Acauã é que era tributário do rio Seridó. Assim, nas décadas de oitenta e
noventa do século XVIII, já se falava em “Seridó”. Há ainda um documento no
Cartório de Pombal, datado do século XVII, que traz o termo “Ribeira do
Acauã-Seridó”. Posteriormente, quando o entendimento mudou, dando-se
prevalência ao rio Seridó, a região mudou de nome, ficando o termo “Acauã”
apenas para denominar as localidades da Serra do Cuité e Picuí. Há que se
registrar também que, no início da colonização da porção paraibana do seridó, a
região de Picuí era conhecida como “Ribeira do Quinturaré”. Naquela época, o
rio Quinturaré, parte do curso superior do rio Acauã, era chamado de Acauã
apenas quando seu curso adentrava no estado do Rio Grande do Norte.
gostei muito, parabens
ResponderExcluirMuito bem embasada...fundamentada e,bem relatada...
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